A três corridas de se retirar da Fórmula 1 depois de 11 anos no circuito, Romain Grosjean passou por um milagre no GP do Barém.
Ou aquilo a que chamamos milagre, que é tão somente a conjugação perfeita para se salvar de um violentíssimo embate que deixou o seu carro partido ao meio… antes de explodir em chamas.
A noite no deserto de Sakhir tinha tudo para correr bem.
E correu, quando assistimos Grosjean a sair de dentro do mar de chamas pelo seu pé depois de longuíssimos 28 segundos a ser consumido pelas labaredas.
Hamilton venceu (claro) mas o protagonismo não foi para o britânico, mas sim para o piloto franco-suíço da Haas.
Aquí la secuencia completa del terrible accidente de Romain Grosjean. Se fue contra la barrera y de inmediato se incendió. El piloto francés salió de la cabina en menos de 20 segundos. Estoy en shock. pic.twitter.com/VyAusUStib
— Arturo Torres (@atorresort) November 29, 2020
O que é que salvou Grosjean de uma morte certa?
Primeiro o halo (aquele T que agora aparece na frente do cockpit e que muita celeuma criou), que o piloto confessou ter-lhe salvado a vida e cuja existência Grosjean sempre foi contra.
«Há uns anos não era a favor do halo mas penso que foi a maior coisa que conseguimos introduzir na Fórmula 1 e sem isso não estaria a falar com vocês hoje»
An update from Romain himself. Pleased to see you’re in good spirits! We hope you make a speedy recovery 🙏 pic.twitter.com/njnjjH4GBi
— Haas F1 Team (@HaasF1Team) November 29, 2020
Depois de consumido pelas chamas pouco restou do Haas de Grosjean.
Foi o halo, implementado em 2018 para proteger o cockpit dos pilotos (mesmo debaixo de várias críticas por ser “feio”, “estranho” ou “tirar a visibilidade” ao condutor) ficou no sítio, salvando a vida ao francês.
Grosjean foi levado de ambulância para o hospital com queimaduras ligeiras nas mãos e tornozelos, mas sem fraturas.
Os 5 factores que salvaram Grosjean
Além do halo, foi também a fibra de carbono mais dura do que aço a ajudat a salvar a vida do piloto – e o Nomex, que evita queimaduras durante mais de 11 segundos. E, claro, uma equipa médica rápida e a experiência do piloto para conseguir ter sangue frio para sair dali.
Grosjean, bem como todos os pilotos, está habituado a sair do cockpit em 10 segundos (como ditam as regras) e foi capaz de ter o sangue frio para tirar o cinto de seis pregas entre as pernas e encontrar o espaço entre o encosto da cabeça e o halo.
Tudo isso a seguir violento impacto do carro e estar cercado durante 27 segundos pelo fogo, com a fumaça tóxica que tanto tramou a vida de Niki Lauda.
O fato que resiste a 800 graus
O fato Nomex foi também crucial. É ignífugo e consegue aguentar pelo menos 11 segundos a uma temperatura de 800 graus (apesar de aguentar mais tempo) – passou com distinção nesta prova.
Porque só ao fim de 15 segundos apareceu um comissário com um extintor para baixar a temperatura.
A seguir apareceram os médicos Alan van der Merwe e Ian Roberts. Este úlitmo precipitou-se para tirar Grosjean do carro, sem pensar que este podia explodir, e utilizou um extintor para ajudr a baixar as chamas e com a outra mão ajudar o piloto que saía aos gritos sem uma bota, as mãos a deitar fumo e a viseira derretida.
Aún no puedo creer que Grosjean esté bien. 🙏 Increíble.
I can't still believe Grosjean is well. 🙏. Amazing.
🎥 @F1 pic.twitter.com/BQW94gExsE— Albert Fabrega (@AlbertFabrega) November 29, 2020