Um ficou em segundo na Premier League, o outro em terceiro. Um ganhou a Champions, o outro a Liga Europa.

Agora Liverpool e Chelsea vão disputar a Supertaça Europeia – um mano a mano a ver quem é mesmo o rei da Europa.

Está tudo em Istambul, no estádio do Besiktas. E lá no meio à espera da equipa de Klopp e de Lampard está Stéphanie Frappart, a primeira mulher a dirigir uma Supertaça Europeia.

Cinco meses depois de ter feito história na Ligue 1 (um 0-0 entre o Amiens e o Estrasburgo em abril), está no mais importante jogo dirigido por uma mulher – uma final da UEFA. Mas nem por isso Frappart se impressiona.

«O futebol é o mesmo. As regras são as mesmas e vou fazer o mesmo que faço nos jogos das mulheres»

Estas coisas não são novidade para ela. Foi Frapport a dirigir a final do Mundial feminino entre os EUA e a Holanda.

Supertaça Europeia
Liverpool vs Chelsea
1.68 – 4.20 – 5.50

O que é queres ser quando fores grande?

Quantas vezes é que nos fizeram esta pergunta quando éramos crianças?

Frappart, a francesa de 35 anos respondeu, quero ser árbitra internacional de futebol. No mínimo invulgar, certo?

Já aqui o dissemos muitas vezes, o sonho comanda a vida, mas o trabalho e o foco são meio caminho andado para chegarmos onde quisermos.

 

 

Stéphanie é a prova disso, começou com a bola nos pés, mas com o tempo percebeu, que as regras e as leis do jogo a fascinavam muito mais. Guardou a bola e começou a apitar, passo a passo ganhou o seu lugar e hoje vai fazer história, não só no futebol, como no mundo inteiro.

Foi a primeira mulher a apitar um jogo na Ligue 1. Foi na 34.ª jornada da época passada e foi considerada o melhor elemento em campo no jogo entre o Amiens e o Estrasburgo.

Este ano ganhou lugar no grupo de 23 árbitros que vão apitar a liga francesa esta temporada. É sempre a somar.

E hoje Stéphanie vem provar que a arbitragem é uma profissão em que podem estar homens e mulheres, a apitar ora vejamos, homens ou mulheres. A francesa vem marcar uma mudança, homens, mulheres, crianças, todos vão olhar para a equipa de arbitragem e vão ver igualdade. Porque no fundo é apenas isso. Uma questão de igualdade.

Daqui a um par de anos tudo isto será normal.

«Temos de provar que somos iguais aos homens em termos técnicos e físicos. E que não temos medo [das decisões erradas]. Estamos prontas»

Questionada sobre as dificuldades de apitar a supertaça, a francesa disse que está calma, e realçou que não existe nenhuma diferença entre apitar um jogo de homens e mulheres, já que, adivinhe-se, as regras são as mesmas.

As reacções dos dois treinadores não podiam ser mais positivas.

«I am very pleased to be a part of this moment in history» Lampard

«Já estava na hora. Estou feliz por fazer parte desse momento. Ter, finalmente, uma mulher num jogo muito importante é uma decisão inteligente da UEFA» Klopp

Além de Stéphanie Frappart, na restante equipa de arbitragem apenas encontramos um homem, o turco Cuneyt Çakir, vai ser o quarto árbitro do encontro, Manuela Nicolosi e Michelle O’Neill vão ser as assistentes de Frappart.

Muito bem, depois da história, vamos aos ingleses.

 

 

Também vai ser uma final histórica, já que é a primeira vez que duas equipas inglesas lutam pela supertaça.

Depois de 2 finais europeias, que mais pareciam um encontro da Premier League, hoje é dia de mais um duelo.

 

 

O Liverpool eliminou o Tottenham na final da Liga dos Campeões por 2-0, com golos de Salah aos 2 minutos e de Origi aos 87.

O Chelsea eliminou o Arsenal por 4-1 na Liga Europa, com golos de Giroud aos 49 minutos, de Pedro aos 60 e de Hazard aos 65 e 72, pelo caminho o Arsenal ainda conseguiu marcou 1, o chamado golo da honra só para não ficarem tão mal na fotografia, por Iwobi aos 69.

Depois disso chegaram as férias (merecidas nós sabemos) e entre mergulhos e banhos de sol, o tempo passou e os jogos oficiais voltaram.

 

 

O Liverpool e o Manchester City discutiram quem é levava para a casa a supertaça de Inglaterra.

Pep levou a melhor, só depois dos penaltis é certo, mas o primeiro caneco da temporada já está no museu do City.

Liverpool vs Manchester City 1-1 (4-5 nos penáltis)

Enquanto isso as férias do Chelsea continuavam, proibidos de comprar no mercado de transferências, as coisas estavam mesmo em águas de bacalhau.

 

Drama com 30 anos para o Liverpool, sonho de uma década para o City

 

A Premier League começou, e a primeira jornada foi no fim de semana passado.

O Liverpool respondeu afirmativamente ao primeiro confronto, contra os “tenrinhos” do Norwich, em que ganharam por 4-1.

O pontapé de saída do Chelsea é que teve muito pouco, ou quase nada, de positivo, já que a sua estreia foi contra o Manchester United e a derrota foi por 4-0. Autchhh

Bem, mas o que lá vai, lá vai.

O Liverpool quer voltar a ganhar a supertaça, a última vez foi em 2005, quando derrotou o CSKA por 3-1. A equipa de Klopp já conta com 3 taças no museu, a primeira foi ganha 1977 e a segunda em 2001.

Também em 2005, tinham ganho a última Liga dos Campeões, exactamente neste mesmo estádio que vão pisar hoje à noite.

A final foi contra os italianos do Milan e os Reds ainda viram a coisa mal parada. Terminaram a primeira parte a perder por 3-0, mas depois do intervalo chegaram com a pica toda e conseguiram empatar a partida. O jogo foi a penaltis e a vitória sorriu aos ingleses.

«Eu sei o quão importante é este lugar, é especial para todos os adeptos do Liverpool. Ninguém se pode esquecer de 2005. Mas, além disso, Istambul é sempre um bom lugar para jogar futebol» Klopp

 

 

O Chelsea espera conseguir a sua segunda taça europeia, a primeira e única foi em 1998, no ano do Gil e da Expo 98, lembram-se?

Para o encontro de hoje, Klopp desvaloriza a derrota dos Blues na primeira jornada do campeonato e pelo contrário reconhece que é uma equipa jovem e fresca e com um grande potencial, 100% preparada para o jogo de hoje.

Mas claro que o lustro é puxado aos seus.

«Fisicamente, a equipa está exactamente onde queremos – ninguém está a 100 por cento. Esta equipa está construída para o sucesso e é isso que estamos a tentar fazer»

Para Frank Lampard, os Blues estão optimistas e têm argumentos para discutir este troféu, para isso basta não repetirem os erros do jogo com o United, fácil, fácil.

«Fiquei muito orgulhoso pela forma como jogámos, mas aprendemos algumas lições que nos vão servir bem no futuro. Esta Supertaça tem enorme significado para nós»

Os últimos encontros entre os dois emblemas dão vantagem aos Blues, já que em 5 jogos, perderam 1, empataram 2 e ganharam outros 2.

E hoje como é que vai ser?