Chegaram como campeões, saíram como lendas.
Tóquio foi bom para muitos (até para Portugal que conseguiu a melhor participação de sempre).
Mas foi melhor para quatro – 3 atletas e um país (a Itália). Gravaram a ouro a sua presença no Japão. Ninguém foi melhor que eles.
ELAINE THOMPSON-HERAH
Antes de Tóquio 2020, nenhuma mulher havia defendido os títulos dos 100m e dos 200m na mesma edição.
Até chegar Elaine Thompson-Herah.
A velocista jamaicana conquistou o ouro nos 100m acabando com o recorde olímpico de americana Florence Griffith Joyner de 10,62s, conseguido em Seul 88.
Herah fez 10,61 segundos e deu cabo da marca com 33 anos.
Griffith Joyner mantém ainda o recorde mundial com 10,49s – alcançado 2 meses antes de Seul, em Indianápolis.
Respirar fundo e… novo ouro
Três dias depois, Thompson-Herah conquistou o título nos 200m com um tempo de 21,53 segundos – este tempo é apenas 0,19 segundo atrás do recorde mundial de Griffith Joyner, que também é Olímpico alcançado em Seul.
«É incrível ganhar dois ouros de novo. Tive uma semana difícil. Não dormi depois da final dos 100m. Tive que realmente buscar tudo para ganhar os 200m. É uma nova melhor marca pessoal e um recorde nacional. Estou muito, muito feliz. Meu Deus, é incrível que este dia tenha chegado. Que eu tenha conseguido outra dobradinha. Não consigo acreditar»
ITÁLIA
Quem pensaria antes deste Jogos que a Itália seria dupla campeã olímpica nas provas de sprint mascuulina?
Gianmarco Tamberi foi incrível no salto em altura – ouro a meias com o qatari . Mal celebrou para ir esperar Jacobs no final dos 100 metros.
Foi logo a seguir.
Marcell Jacobs tornava-se o primeiro italiano a chegar a uma final dos 100m e não contente com isso a ganhá-la – com recorde nacional e europeu de 9,80 segundos.
Jacobs e Tamberi precisaram de 5 minutos para revolucionar a Itália (e os Jogos Olímpicos)
Depois foi a vez da vitória nos 4x100m.
Nova estreia para a Itália.
Filippo Tortu no último momento ultrapassou o britânico Nethaneel Mitchell-Blake e ganhou o ouro por um centésimo de segundo (37,50s contra 37,51s).
Foi a melhor participação de sempre da Itália, com 40 medalhas (quatro a mais que o recorde anterior de Los Angeles 1932 e Roma 1960).
Incluindo três ouros incríveis no atletismo no Estádio Olímpico.
EMMA MCKEON
McKeon saiu de Tóquio como a atleta mais condecorada destes Jogos Olímpicos.
A nadadora australiana venceu o ouro nos 50m livres (com um recorde olímpico), nos 100m livres, 4x100m livres e 4x100m mistos – a isto ainda juntou 3 bronzes nos 100m mariposa, 4x200m livres e 4x100m mistos.
McKeon igualou o recorde da ginasta Gorokhovskaya e tornou-se a australiana mais bem-sucedida da história.
E também a primeira nadadora a ganhar sete medalhas numa edição dos Jogos, igualando Michael Phelps, Mark Spitz e Matt Blondi (os únicos nadadores com sete ou mais medalhas).
ALLYSON FELIX
Allyson Felix não sabe parar.
E por causa disso tornou-se a americana mais condecorada do atletismo – 11 medalhas, 7 de ouro.
Felix ganhou a sua primeira medalha aos 18 anos nos Jogos de Atenas 2004, com a prata nos 200m.
Dezessete anos depois voltou às pistas no Japão para conquistar a sua décima medalha (400m, bronze) e 11ª (4x400m, ouro).
The most decorated USA track athlete ever is way more than just a sprinter (the Sportsman)
Com isto ultrapssou Carl Lewis como o atleta olímpico americano mais medalhado.
Só Paavo Nurmi tem mais medalhas no atletismo: 12 (mas 4 destas foram em eventos cross-country).
«When you see me on the track, I hope you understand my fight. As an athlete who was told I was too old, as a woman who was told to know my place, as a mother who wasn’t sure I would live to raise my daughter. I hope you see that for me, it’s about so much more than what the clock says»