Lembram-se quando na semana passada disse que o ténis da mais alta qualidade estava de volta ao circuito ATP? Menti.
Bom, mais ou menos, a verdade é que o Citi Open foi o primeiro ATP 500 em bastante tempo e deu-nos uma semana de muita qualidade — Jannik Sinner venceu um super Mackenzie McDonald na final de ontem.
Mas agora é que é, senhoras e senhores, agora é que eles saem da toca.
O Masters 1000 de Toronto — National Bank Open presented By Rogers já está em acção e conhece hoje o começo do seu quadro principal.
E se um torneio de categoria 500 já foi motivo de tremendo entusiasmo — depois de muitos 250 mais mornos e de um torneio olímpico meio estranho — imaginem o que fará a este pobre coração um Masters.
Agora não é Rafael Nadal como tinha sido em Washington D.C., agora é Daniil Medvedev, é Stefanos Tsitsipas, é Andrey Rublev, é Denis Shapovalov, é Casper Ruud, é o vitaminado Jannik Sinner depois da primeira vitória num ATP 500, é muita coisa — menos as evidentes ausências de Novak Djokovic e de Sasha Zverev.
Nadal é Nadal
“El Toro” vem de uma saída prematura do Citi Open diante do sul-africano Lloyd Harris onde ficou exposta a sua débil condição física e atrasada preparação para o US Open.
Dificilmente Rafa vai conseguir o seu sexto título e terceiro consecutivo em Toronto — e assim que digo isto lembro-me que Nadal é Nadal e nunca se sabe.
É claro que o maiorquino já tem mais um torneio em piso duro nas pernas e, portanto, o que se espera é que esteja em melhores condições que na semana transacta, mas ainda assim, com tanta gente em forma e que já disputou vários torneios em hard court, levantar o troféu é uma tarefa que se afigura profundamente complexa para o espanhol.
É conveniente que o primeiro cabeça-de-série, Medvedev, tenha metido gelo após uma atribulada prestação em Tóquio, onde além de ter sido derrotado por Pablo Carreño-Busta somou polémicas com árbitros, colegas e a organização.
A verdade é que todos sabemos como o russo se dá bem em pisos rápidos.
Praticamente letal neste tipo de superfície, o número 2 mundial deve protagonizar agora o crescendo de forma e confiança que o tornará o grande obstáculo a Novak Djokovic em Flushing Meadows.
Outra estrela que precisa de acertar o passo é Stefanos Tsitsipas.
Um jogador com a classe e a importância que o grego tem no circuito não pode ter uma terceira ronda como melhor resultado no slam norte-americano.
E os fantasmas daquele quinto set histórico com Borna Coric no US Open 2020 não podem regressar.
Portanto, Tsitsipas, se me estás a ler, trabalha-me esse jogo de pés e serve como deve ser.
Muitos destes cabeças-de-série estão isentos da primeira ronda, mas isso não quer dizer que faltem motivos de interessa nessa fase do torneio, que já hoje começa a oferecer alegrias:
- Albert Ramos x Marin Cilic
- Lorenzo Sonego x Ugo Humbert
- Jan-Lennard Struff x Fabio Fognini
- James Duckworth x Taylor Fritz
- Daniel Evans x Alexander Bublik
- Lloyd Harris x Brayden Schnur
- John Millman x Ricardas Berankis
A bola começa a saltar a partir das 16h00.