Nos Óscares de 1977 aconteceu o impensável: “Rocky” venceu a estatueta de Melhor Filme batendo “Taxi Driver”, “Network – Escândalo na TV” e “Os Homens do Presidente” (o “Bound for Glory” também lá estava utilizando pela primeira vez na história uma steadicam).
Mas não foi tudo.
John G. Avildsen venceu com “Rocky” o prémio de Melhor Realizador, à frente de Alan J. Pakula (Os Homens do Presidente), Ingmar Bergman (Face a Face) e Sidney Lumet (Network).
Scorsese (Taxi Driver) nem estava na corrida (estava Lina Wertmüller por Pasqualino das Sete Beldades).
Já está encostado às cordas?
1. Rocky (com Sylverster Stallone), de John G. Avildsen (1976)
Rocky ganharia ainda mais um Óscar: o de Melhor Edição. Sylverster Stallone perderia o galardão para Peter Finch (Network) e Talia Shire para Faye Dunaway (também por Network).
Mas teremos sempre “Adriaaaaaaaaan“.
A coisa pegou: Rocky é um dos mais icónicos filmes de boxe de sempre.
Estamos no final de 1975 e Rocky Balboa, o Italian Stallion (Garanhão Italiano) trabalha como cobrador de dívidas e é pugilista num ginásio perto de casa – até ser abordado para lutar contra o campeão mundial de pesos pesados Apollo Creed no Dia de Ano Novo, daí a cinco semanas.
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2. O Touro Enraivecido (com Robert De Niro), de Martin Scorsese (1980)
De Niro perdeu para Stallone em 1977 mas venceu o Óscar de Melhor Ator em 1980 com O Touro Enraivecido.
O filme venceu ainda o prémio de Melhor Edição (Thelma Schoonmaker). Mas Scorsese ficou mais uma vez de mãos a abanar (não ficou sempre?, ganharia pela primeira vez em 2003 com Gangs de Nova Iorque).
Mas pronto o Touro será sempre um grande filme (um dos melhores).
O pugilista Jake LaMotta e a sua raiva autodestrutiva e obsessiva, um ciúme sexual imparável e um apetite animal fazem dele um cocktail devastador. A somar a rivalidade com Sugar Ray Robinson – lutaram seis (s-e-i-s) vezes na vida real.
O que temos? Luta, suborno, amor, ciúme, a máfia, sucesso, prisão e reflexão.
Já sabemos: “If you win, you win. If you lose, you still win”.
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3. O Furacão (com Denzel Washington), de Norman Jewison (1999)
Passamos para um filme-furacão. “O Furacão” é um biopic de 1999 dirigido por Norman Jewison e com Denzel Washington. Junte-se a isto a canção-protesto de Bob Dylan, co-escrita com Jacques Levy, sobre a prisão indevida de Rubin “Hurricane” Carter e está feito.
Rubin é “Hurricane” Carter, um homem cujo sonho de ganhar o título de boxe foi destruído quando foi preso juntamente com outro homem pelo assassínio de três pessoas num bar de Nova Jersei. Injustamente acusado, Carter e John Artis foram condenados a três prisões perpétuas.
“Here comes the story of the Hurricane
The man the authorities came to blame
For somethin’ that he never done
Put in a prison cell, but one time he could-a been
The champion of the world”
É isto mesmo Bob Dylan.
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4. Quando Éramos Reis (com Muhammad Ali e George Foreman), de Leon Gast (1997)
De Muhammad Ali temos tudo. Até uma luta na selva – falamos de “Rumble in the Jungle“. E o fabuloso documentário sobre esse combate com George Foreman de 30 de outubro de 1974 em Stade Tata Raphaël, Kinshasa, na República Democrática do Congo (na altura Zaire).
“When We Were Kings (Quando Eramos Reis)” é um dos melhores filmes alguma vez feitos sobre desporto. Imaginemos um dos melhores combates de sempre filmado como nunca outro foi – eis o doc Quando Éramos Reis. E, claro, ganhou o Óscar de Melhor Documentário.
Uma disputa entre o então campeão Foreman contra o antigo campeão Ali. As muitas e eloquentes frases de Ali e as poucas palavras de Foreman. Eis o combate que fez parar o mundo.
“I have wrestled with an alligator
I done tussled with a whale
I done handcuffed lightning, thrown thunder in jail”
Ali não se ficou pela poesia e disse ao que ia para esta luta:
“Fiz algo de diferente para este combate. Assassinei uma rocha, aleijei uma pedra, mandei um tijolo para o hospital, sou tão mau que ponho a medicina doente.”
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5. Million Dollar Baby – Sonhos Vencidos (com Hilary Swank), de Clint Eastwood (2004)
Realizado por Clint Eastwood, narrado por Morgan Freeman e o papel principal é de Hilary Swank. Not bad.
Frankie Dunn é um veterano treinador de boxe de Los Angeles que não gosta de ninguém, excepto do velho amigo e sócio Eddie Dupris. Quando Maggie chega ao ginásio de Frankie este fica relutante em treinar a jovem – mas rapidamente os dois formam um vínculo próximo e que inevitavelmente mudará as suas vidas.
Parece um amontoado de clichés (e é), mas o que é inegavelmente verdade é que temos um grande Eastwood e uma enorme Swank a mostrar que a anterior interpretação no “Os Rapazes Não Choram” (de 1999) não foi um caso isolado.
Aaqui, ambos ganharam o Óscar, bem como Freeman.
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