Talento contra talento.

A Alemanha chegou à grande final do Europeu depois de uns quartos-de-final bastante sofridos e umas meias-finais onde impôs a sua força.

Venceu nas grandes penalidades a Dinamarca (6-5), depois de 2-2 no prolongamento para atingir a meia-final.

E o golo do empate que levou o jogo contra os dinamarqueses para o tempo extra chegou apenas nos minutos finais do tempo regulamentar – aos 88, por Lukas Nmecha.

 

 

Na meia-final contra a poderosa – pelo seu talento individual – Holanda, a seleção germânica reinventou-se.

É esta equipa alemã que Portugal vai enfrentar na final.

 

4x3x3 vs 4x4x2 Losango

Poucas dúvidas haverá que os germânicos manterão o bem sucedido 4x3x3.

Contra a Holanda controlaram o jogo sem bola – remataram o dobro, tendo somente 40 por cento da posse.

O momento defensivo em zona alta assemelhou-se em diferentes momentos aos comportamentos do Liverpool de Klopp – 3 homens mais adiantados – com os prós e contras que tal acarreta.

 

Para ir para cima de Portugal

No ganho da bola a Alemanha estará pronta para ir “para cima” da selecção lusa procurando o 3×2 (Queirós e Leite).

Com o poderoso Nmecha que esteve emprestado pelo City ao Anderlecht, o jovem talento de Wirtz – joga desde os 16 anos no Leverkusen e desde os 17 sendo preponderante – que somou os dois golos perante a Holanda.

E o goleador do Red Bull, Berisha – 22 golos na temporada – a Transição Defensiva lusa precisar mais do que nunca da agressividade e capacidade de comer metros de Florentino para que possa restabelecer rapidamente os equilibrios defensivos.

 

Contra os alemães marchar, marchar

 

Organização Defensiva

Em Organização Defensiva, o projectar dos alas libertará espaço por onde Portugal poderá sair.

A subida dos laterais, sobretudo de Dalot à direita, com o aproximar do médio e avançado sobre o corredor poderão trazer a vantagem numérica para a saída para o ataque, antes de voltar a entrar pelo corredor central, onde o talento de Vitinha e Fábio Vieira poderá impactar o jogo, dinamitando a estrutura alemã.

 

 

Depois das tremendas dificuldades para suster o ataque organizado da seleção espanhola, Rui Jorge poderá promover alterações estratégicas para a final.

 

Fechar os corredores

Os corredores laterais terão de ser mais bem guardados, precavendo rápidas mudanças de centro do jogo.

Portugal sofreu em demasia no seu sector intermédio por não controlar os espaços exteriores, e também por isso, optou Rui Jorge por fechar o jogo em 4x1x4x1 contra “nuestros hermanos”.

A força nacional estará indubitavelmente na criatividade dos seus médios – Vitinha está a um nível extratosférico – Pensa, Executa, Pausa, Acelera – Com um passe verdadeiramente assombroso desenhou o golo da vitória lusa sobre a selecção espanhola.

 

A final deverá trazer Portugal a tomar as rédeas da partida, pela capacidade dos seus médios em jogar confortável em posse, mas nem por isso completamente seguro de controlar o jogo.

Precisará de acautelar momento da perda, e um meio campo menos capaz no processo de recuperação da posse, poderá ter efeitos contraproducentes.

A eficácia de Nmecha, Wirtz e Berisha prova que jamais poderão os comandados de Rui Jorge voltar a ceder tamanha criação ao seu oponente, como aconteceu no jogo da meia final.

 

 

 

OS HOMENS DA FINAL

Fábio Vieira

Não é quem mais e melhor joga.

Contudo, Fábio tem uma apetência muito elevada para surgir em momentos de notoriedade.

A forma incrível como bate a bola permitem-lhe somar golos e assistências, e na final de frente para a linha defensiva da Alemanha, alimentado pelo incrível Vitinha, Fábio poderá ter o seu momento, e o momento de Portugal vencer o jogo.

 

Lukas Nmecha

Vinte e um golos na Liga Belga ao serviço do Anderlecht, três golos nas cinco partidas do Euro até ao momento.

Nmecha, é o avançado poderoso da selecção alemã que pertence ao Manchester City.

A criação alemã “desagua” na figura central de todo o seu jogo. Capaz de abrir no corredor lateral em transição – foi num momento em que deu largura, que serviu Wirtz no golo inaugural na meia final – e acelerar com e sem bola, Nmecha tem criação e tem uma chegada à área temível pela velocidade, capacidade de antecipação e finalização fácil.

Sobre o seu avançado centro que ostenta o número dez nas costas, caem as maiores esperanças germânicas.