Objectivamente, um empate ou uma vitória na Irlanda permitirá a Portugal o mesmo resultado (empatar ou ganhar em casa com a Sérvia) para selar definitivamente as contas do apuramento.
Como uma série de jogadores em risco de exclusão para o jogo decisivo com os sérvios – Renato, José Fonte, Rúben Dias, Cancelo, Jota e Palhinha – existem dúvidas sobre a abordagem de Fernando Santos à partida na Irlanda.
Em primeira instância pelo perceber se haverá ou não poupanças.
O 3x5x2 de Kenny transforma-se num 5x3x2
O 3x5x2 de Stephen Kenny transforma-se num 5x3x2 em momento defensivo – e com uma linha média formada a três a capacidade que a selecção lusa demonstrar de circular com velocidade de corredor a corredor, será factor determinante ao sucesso.
Cancelo e Dalot deverão ocupar as laterais, com o “citizen” a manter a sua posição à esquerda, bem aberto em cima da linha defensiva contrária, permitindo a Diogo Jota realizar os seus tradicionais movimentos interiores para zona de finalização onde surgirá sempre Cristiano Ronaldo.
Ele que de cabeça destronou por duas vezes a Irlanda no jogo em Portugal – a perder aos 89 minutos a seleção deu a volta aos irlandeses com dois golos de CR (o segundo aos 96 minutos).
Ronaldo, o animal de área que derrotou a Irlanda (e bateu o recorde mundial)
Bruno nas costas do tridente
Bruno Fernandes deverá surgir nas costas do tridente ofensivo que poderá juntar o talento de João Félix.
A profundidade dos laterais capazes de percorrer todo o corredor, permite que os três homens da frente joguem por dentro, e sempre bem suportados pela capacidade criativa de Bruno Fernandes na criação, e Danilo e Moutinho em cobertura, rodando o jogo em posse, e reagindo com veemência na perda.
A pausa e controlo sobre o jogo que permitirá chegadas sucessivas ao último terço, será o ponto chave que possibilitará também preparar o momento da perda.
Instalado no meio campo ofensivo, e sendo perspicaz e agressivo em cada transição defensiva, Portugal terá todas as condições para consentir até poucas bolas paradas ao adversário, e com isso controlar o jogo e o marcador.
Jogo aéreo irlandês
Doherty à direita será a ameaça maior na criação, procurando o jogo aéreo de Idah, avançado do Norwich e de Robinson, o avançado do West Brom.
Contudo, a pouca capacidade criativa de uma Irlanda que ainda assim traz sempre inúmeras dificuldades pela dimensão física do seu jogo na hora de organizar-se defensivamente, deixa transparecer um jogo de sentido único, mesmo beneficiando do factor casa.
E de todas as vezes que “se esconder com o rabo de fora” saindo de trás, Moutinho poderá encontrar forma de ligar as Transições Ofensivas lusas, e dar a Bruno, Ronaldo e Jota condições para acelerar com espaço.
Dublin deverá ser o palco que a equipa de Santos aproveitará para se chegar à frente.