Ao relvado subiu a matriz mais ofensiva – no que concerne às características dos jogadores – da era Fernando Santos.

Interiores de grande predominância ofensiva – Bernardo Silva actuou como médio ao lado de Bruno Fernandes, à frente de João Palhinha, enquanto na frente, Diogo Jota e Rafa Silva “circundaram” Cristiano.

 

 

Nos corredores laterais a preponderancia de Cancelo e Raphael Guerreiro prometiam uma equipa de ataque total.

«Este recorde é meu e é único. Faltava-me um golo e fiz dois, estou extremamente feliz»

 

 

Penálti falhado

Se no plano teórico Portugal juntava os seus criativos para dominar com bola toda a partida, na prática e depois de perdido o penálti por Ronaldo, a selecção portuguesa ia demorando a recuperar a bola de cada vez que a perdia e com isso a Irlanda respirava e tirava velocidade e ritmo ao jogo português.

 

 

Pouca ligação, sem velocidade de circulação, sem chegar a zonas de definição, a primeira parte decorreu sem que a selecção de Fernando Santos provasse na prática os intentos teóricos.

 

Seleção nacional. O que esperar no pós Europeu?

 

E sem atacar de forma criativa, pese embora as peças lançadas a jogo, viu-se sem bola nem capacidade para a recuperar de forma rápida, e ainda permitiu em primeira instância que Rui Patrício fosse obrigado a resolver com excelência a melhor oportunidade de toda a primeira parte, mas não sem que no canto decorrente do lance, a Irlanda se adiantasse no marcador.

 

André Silva muda tática

Ao intervalo Fernando Santos trouxe André Silva para jogo, e mudou as agulhas táticas da partida, mas foi com a entrada de João Mário e Nuno Mendes que definitivamente o futebol de toque luso encostou a Irlanda atrás.

A posterior troca de Moutinho por Palhinha serviu também para acentuar a velocidade com que Portugal troca a bola, procurando aumentar o desconforto a uma Irlanda que praticamente já não saía do seu 5x4x1 em Organização Defensiva.

 

 

Perdeu Bernardo Silva um lance inacreditável para empatar, e também João Mário em plena grande área poderia ter feito melhor.

O melhor estaria para chegar, porém.

 

 

Guedes a extremo

Gonçalo Guedes subiu ao relvado para a posição de lateral – Foi um extremo na verdade, tal foi o volume ofensivo de Portugal nos últimos 15 minutos, e foi o jogador do Valência que depois de alguns bons lances descobriu o caminho aéreo para Cristiano empatar o jogo.

Faro sentia o “élan” de Ronaldo, e por certo que ninguém deixou de acreditar que um novo cruzamento poderia mudar o destino da nossa selecção.

 

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E assim foi, desta feita com João Mário a oferecer a Cristiano mais um golo verdadeiramente fantástico pela forma como ganhou a posição ao lateral irlandês, pela impulsão e pelo gesto técnico.

O resultado e os minutos finais da partida fazem esquecer um jogo globalmente pouco positivo, mas quem tem Cristiano…

 

A Figura

CRISTIANO RONALDO

Desperdiçou o penálti com que abriu o jogo, mas se havia português no relvado que poderia reverter o que parecia inevitável, esse português chamava-se Cristiano. E assim foi. Absolutamente tremendo no gesto técnico no ar, mas antes na impulsão, no ganhar do espaço, no antecipar ao adversário direto. Um verdadeiro animal de área que nos conquistou os três pontos.