Acabou o animal mais belo a passear-se pelos courts de ténis.

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Federer sai como entrou, gracioso como um suspiro: caiu o anúncio do fim da carreira de um dos maiores tenistas de sempre no Twitter, uma carta aos fãs, à família e claro ao ténis.

Aos 41 anos e depois de mais de 1500 jogos de ténis numa carreira de 24 anos Roger Federer diz adeus.

 

 

O corpo é que paga

Federer reconheceu que o seu corpo já não aguenta competir ao mais alto nível.

Atirou a sua despedida para a Laver Cup, a decorrer entre 23 e 25 de setembro. Vai ser esse o seu derradeiro torneio no circuito.

«Nos últimos três anos tive desafios na forma de lesões e operações. Trabalhei duro para voltar à minha melhor versão, mas também conheço as minhas capacidades e os limites do meu corpo. A mensagem que recebi foi clara. Tenho 41 anos. Joguei mais 1500 partidas nos últimos 24 anos. O ténis tratou-me melhor do que poderia sonhar e agora tenho de reconhecer que chegou o momento de terminar a minha carreira competitiva»

 

Último jogo com Nadal e Djokovic

A competição contará com as presenças dos três principais adversários da carreira de Federer:

  • o espanhol Rafael Nadal
  • o sérvio Novak Djokovic
  • e o britânico Andy Murray

Como é uma competição entre tenistas europeus e do resto do mundo, o quarteto estará na mesma equipa.

Além deles, a equipa terá o grego Stefanos Tsitsipas e o norueguês Casper Ruud.

Do outro lado estará o canadiano Felix Auger-Aliassime, Taylor Fritz, o argentino Diego Schwartzman, o australiano Alex de Minaur e os americanos Frances Tiafoe e Jack Sock.

 

 

Fora do ATP

O suíço já não joga um torneio oficial desde julho do ano passado quando.

Em Wimbldon, o Grand Slam que mais venceu na carreira, chegou até aos quartos-de-final – acabou eliminado pelo polaco Hubert Hurkacz.

Há um mês e meio, Federer deixou de aparecer do ranking da ATP (a classificação soma os pontos dos últimos 12 meses) e o tenista ficou esse período inteiro sem jogar.

 

 

40 jogos, 24 finais (9 em Grand Slam)

Ao todo, Federer e Nadal enfrentaram-se 40 vezes no circuito, com 24 vitórias do espanhol e 16 do suíço.

Federer tem vantagem na relva (3-1) e em piso duro (11-9). Na terra batida o domínio é de Nadal:14-2.

Os dois disputaram 24 finais, 9 em Grand Slams.

Em decisões de Majors, Nadal liderou 6-3. O espanhol derrotou Federer nas finais de Roland Garros (2006, 2007, 2008 e 2011), Wimbledon (2008) e no Australian Open (2009).

O suíço saiu vencedor diante de Nadal nas finais de Wimbledon (2006, 2007) e do Australian Open (2017).

 

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O tenista nas palavras de Wallace

Num artigo de 2006 do New York Times intitulado “Roger Federer como Experiência Religiosa”, o escritor norte-americano David Foster Wallace (1962- 2008) cunhou o termo “Momentos Federer”, descrevendo momentos em que o atleta suíço fazia jogadas espantosas e aparentemente impossíveis nos courts.

O escritor juntaria este a um dos cinco ensaios do livro Teoria das Cordas.

Deixamos um excerto:

É quase impossível descrever a beleza de um atleta de elite. Ou até evocá-la. A direita de Federer é uma magnífica chicotada fluida, a sua esquerda a uma mão pode sair lisa, cheia de efeito ou cortada, sendo esta tão seca que a bola muda de forma no ar e derrapa pela relva mais ou menos à altura do tornozelo. O seu serviço tem uma velocidade de primeira e um nível de colocação e diversidade que não está ao alcance de mais ninguém. O movimento do corpo ao servir é ágil e nada excêntrico, distinguindo-se (na televisão) por uma rápida torção do corpo inteiro, como uma enguia, no momento do impacto. A sua capacidade de antecipação e noção do campo são sobrenaturais e o seu jogo de pés é o melhor na modalidade: em criança, foi também um prodígio no futebol. Embora tudo isto seja verdade, nada disto explica o que quer que seja, nem se aproxima da experiência de ver este homem a jogar. De testemunhar, em primeira mão, a beleza e a genialidade do seu jogo. É precisar abordar a sua estética de forma oblíqua, sem falar directamente dela ou, como São Tomás de Aquino fez com o seu próprio objecto inefável, defini-la negativamente, em termos daquilo que não é.