Taribo West, o nigeriano do cabelo extravagante, voltou a falar (e a ser falado) depois de ter deixado de jogar há mais de 10 anos.

Aos 45 anos o antigo defesa central veio dizer que a máfia italiana foi a responsável pela sua curta carreira no Milan (só fez 4 jogos e apontou 1 golo na equipa de San Siro).

Talvez já não se recordam do jogador que nos anos 90 e inicio do milénio não deixava ninguém indiferente devido às cores garridas e futebol impetuoso. Mas ele está de volta.

 

 

View this post on Instagram

¡Viernes! “Sonríe, acicálate y ponte tu mejor peinado” Algo así debió decirle un amigo, su chica o incluso su madre a un joven defensor que, de niño, y en plena fase de dudas, agarró sus trenzas, las pintó del color que defendía en sus clubes y decidió que le acompañarían hasta el último partido de su carrera. Un consejo para tomar confianza que al bueno de Taribo West se le fue de las manos (para muestra, la foto), pero que le sirvió para sumar 24 años de trayectoria como futbolista de clubes tan interesantes como Auxerre-Inter-Milan-Kaiserslautern… y la selección de Nigeria más importante de su historia, la que jugó los Mundiales del 98 y 2002 pero, sobre todo, la que ganó la Medalla de Oro Olímpica en 1996. ¡Disfrutad la vida como Taribo! #futbol #taribowest #west #nigeria #africa #afrika #afrikanfootball #football #footballgames #footballplayer #footballer #footballers #footballculture #footballmemes #viernes #friday #look #peinado #footballislife #vintage

A post shared by José David López (@josedavidlopez10) on

 

Com um cabelo de fazer inveja a Valderrama ou Abel Xavier, West era sempre o centro das atenções independentemente da equipa que representava.

Até mesmo num Inter de Ronaldo, o Fenómeno.

 

 

A cor do cabelo fazia sempre pandã com as cores do equipamento que utilizava.

Se o Inter jogava no clássico azul e preto, entrava em campo com as tranças a azul, se o Milan jogasse de vermelho e preto, as tranças ficavam a vermelho

Quando vestia as cores da Nigéria o seu cabelo era impreterivelmente verde, a cor pela qual ficará para ser ligado.

Pela seleção da Nigéria, West fez história ao vencer a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atalanta em 1996, juntamente com Kanu, Jay-Jay Okocha e Amunike (autor do golo da vitória na final 3-2).

Uma participação épica na qual os nigerianos elilminaram o Brasil de Ronaldo e Bebeto e bateram na final a Argentina de Crespo e Claudio López. Inesquecível.

 

 

Nesses Jogos Olímpicos, a seleção de Portugal de Afonso Martins, Capucho e Paulo Alves ficou em 4.º lugar , eliminado pela Argentina e perdendo o jogo para a medalha de bronze com o Brasil por 5-0.

 

West brilhou para além disso, deu nas vistas nos dois Mundiais seguintes (1998 e 2002) e em duas CAN, com um total de 42 internacionalizações.

Em campo, não só marcava a diferença pelas suas tranças irreverentes, mas também por ser um defesa altamente agressivo, sempre pronto a entrar de carrinho nos adversários.

 

 

Nascido em Port Harcourt, na Nigéria, West tinha tudo para enveredar por maus caminhos.

Cedo saiu de casa e mudou-se para Lagos, num bairro dominado por gangues, onde a necessidade de sobreviver à dura realidade que enfrentava fê-lo enveredar pela vida do crime.

Ironia do destino, apenas conseguiu mudar o seu rumo graças a um momento trágico na sua vida. Viu um amigo ser esfaqueado até à morte por parte de um membro de um gangue rival, que o fez voltar para a sua terra natal, onde passou a dedicar-se exclusivamente ao futebol, no Obanta United.

Após alguns anos a mostrar serviço no futebol nigeriano, tem a sua primeira oportunidade na Europa ao serviço do Auxerre.

Rapidamente ganhou destaque no clube francês, onde assumiu a titularidade ao lado de Laurent Blanc e esteve presente no melhor momento da história do clube, ao vencer pela primeira vez o campeonato francês e ainda a taça, na época 1995/96.

O crescimento no futebol francês e o ouro nos Jogos Olímpicos fizeram-no catapultar para os grandes Milão.

Primeiro o Inter, onde venceu uma Taça UEFA.

 

https://twitter.com/AfricaClassic/status/1132938766727962625

 

Depois o Milan, onde apenas disputou quatro jogos.

Agora, passados quase 20 anos deu uma entrevista ao site Score Nigeria onde explicou as origens da sua curta passagem pelo Milan na época 1999/2000.

Ao que indica, a sua saída não esteve ligada a decisões técnicas ou qualquer tipo de comportamento impróprio para com o clube, mas sim devido à máfia italiana.

«A máfia expulsou-me, eles fariam qualquer coisa para me expulsar do Milan. Disseram à imprensa que eu estava lesionado, os médicos corroboraram, mas era mentira. Corromperam-nos» Taribo West.

Isto tudo porque alegadamente não pretendiam que West, por ser Africano, roubasse lugar aos veteranos e lendas do Milan, Maldini e Costacurta.

Despachado de Milão, referiu ainda que teve a oportunidade de jogar no Liverpool mas que acabou por ingressar no Derby County, onde ajudou a equipa a manter-se na Premier League.

Depois disso, a carreira de West nunca mais ascendeu aos pontos altos do Auxerre e do Inter e o nigeriano passou a ser um ‘journeyman’, com incursões no Kaiserslautern, Partizan, Al-Arabi (Catar), Plymouth Argyle, Julius Berger (Nigéria) e Paykan (Irão), até à sua retirada em 2008.

A história que revela agora é somente mais uma a acrescentar a todas aquelas que marcaram a sua carreira, desde as dúvidas sobre a sua idade, que inclusivamente levaram o ex-presidente do Partizan a referir que aquando da sua contratação (2002) este teria 40 anos em vez 28, até às suas crenças religiosas que durante os seus tempos no futebol lhe deram a alcunha de ‘pastor’.

Altamente supersticioso, o próprio chegou a confessar recorrer a encantamentos para lhe dar sorte antes dos jogos.

Hoje, o cabelo extravagante dos seus tempos de futebolista deu lugar a uma cabeça rapada e uma aparência modesta.

Agora é pastor, a sua nova realidade e dedica exclusivamente o seu tempo à igreja “Shelter in the Storm Miracle Ministries of All Nation”, criada por si, em Lagos, na Nigéria.