Deixemos de lado as lutas de Sporting, Porto, Benfica.

A esses só interessa o pódio. Ao Braga interessa ir além do quarto lugar. Vamos ao que fica abaixo – e aos 5 jogadores fora dos 4 grandes que vão dar nas vistas.

 

A luta pela Europa

  • Paços de Ferreira, Famalicão, Vitória SC, Santa Clara

O Paços de Ferreira, agora orientado por Jorge Simão, não mudará em demasia a matriz
de jogo da temporada transata.

A ideia de partir de uma organização defensiva muito cuidada e robusta para ser perigoso ofensivamente nas saídas em contra ataque estará sempre presente.

Individualmente a perda de Bruno Costa fará mossa, e se Eustáquio também sair da Mata Real, as possibilidades de repetir a época transata serão bem reduzidas, mesmo que taticamente o Paços se mantenha competente.

O Famalicão dirigido superiormente por Miguel Ribeiro, vem descobrindo talentos que enriquecem a equipa de forma decisiva.

Com Ivo Vieira desde o inicio da temporada, terá condições para um bom jogo ofensivo, cada vez mais equilibrado defensivamente, e potenciar as suas individualidades. Gustavo Assunção, David Tavares e Ivan Jaime formam um trio central de qualidade, Bruno Rodrigues chega para dinamizar ofensivamente o jogo de uma equipa que resgatou Alex, central promissor ao Santos.

Poderá perfeitamente o Famalicão ser uma das surpresas da época.

 

O Vitória de Guimarães resgatou Pepa e a qualidade do trabalho do seu treinador nos anos passados é suficiente para gerar expectativa alta.

A linha defensiva tem lacunas que impedem os conquistadores de se assumir como favorito total ao quinto lugar. Contudo, o talento de Edwards, Lameiras, Ricardo Quaresma e André Almeida no centro do terreno, dão armas a uma equipa que organizada com a excelência habitual do seu treinador, poderá ser mortífera em cada aceleração.

 

O Santa Clara de Daniel Ramos foi a surpresa da época transacta, e embora tendo perdido Fábio Cardoso e dificilmente consiga segurar Morita para a nova temporada, manterá um lote de jogadores talentosos e bem identificados com as ideias do seu treinador.

A saída assimétrica que mantém Mansur na linha dos centrais, a definição no espaço interior de Lincoln, a velocidade e preponderância ofensiva de Ramos no corredor direito, e sobretudo o rendimento elevado de Carlos Junior em zonas altas, permitem aos açorianos pensar alto. Mesmo que sem os mesmos argumentos da temporada passada.

 

Os outsiders

O Estoril de Bruno Pinheiro chega à Liga, com legitimas aspirações a uma temporada
tranquila depois de se impor a preceito no segundo escalão.

O jogo bem ligado e pensado, a invasão dos espaços adiantados de forma criteriosa que promete aproveitar a irreverência de Chiquinho, e o talento de Bernardo Vital no início do processo ofensivo, bem como potenciar ainda mais as capacidades de Crespo, e resgatar para um patamar superior o jogo de Francisco Geraldes, poderá tornar-se numa das sensações da Liga Bwin.

 

Também o Marítimo que já havia crescido na temporada passada com Julio Velazquez, se reforçou para ter uma época mais calma. Diogo Mendes, o médio defensivo que chega do Benfica tem a capacidade para liderar todo o processo defensivo no sector intermédio e ainda se ligar à linha defensiva, e a chegada de Bruno Xadas e André Vidigal prometem trazer definição para o último terço, onde continuará Joel e Ali Alpour a prepararem-se para visar as balizas adversárias.

 

A luta pela Manutenção

  • Tondela, Arouca, Vizela, Gil Vicente, Boavista

É e será sempre imprevisível a fuga aos últimos lugares, mas há quem parta em desvantagem.

O Tondela de Pano Ayesteran perdeu o incrível Mario Gonzalez e muito poderá sofrer por não ter quem materialize em golo com a mesma eficácia a criação do seu jogo.

Dadashov tem qualidade, e a velocidade de Agra e Murillo pelos corredores farão mossa, ainda assim o meio campo menos capaz defensivamente – João Pedro e Tiago Dantas trazem qualidade em posse, mas dificuldades na velocidade a que fecham espaço defensivo e na capacidade de recuperar para transitar – poderá trazer dissabores.

O Arouca de Armando Evangelista chega à Liga Bwin depois de uma recuperação incrível na segunda liga.

De todas as equipas é a que parece menos experimentada a nível individual.

O extremo Or Dasa, o central João Basso e o lateral Thales prometem incrementar o nível do 4231 de um Arouca que contará ainda com a experiência de Arsénio.

 

O Vizela traz Kiko Bondoso, Cassiano, Samu e Guzzo para a Liga. Uma série de jogadores que trazem um misto de qualidade técnica e eficácia no último terço, que procurará contrastar com a menor qualidade e experiência do seu sector defensivo, que ainda assim contará com Bruno Wilson que retorna a Portugal.

 

O Gil Vicente terá a organização defensiva de categoria habitual nas equipas de Ricardo Soares, mas é também das equipas que mais dificuldades individuais experimentará.

A partida de Lucas Mineiro é tremendamente difícil de ser colmatada, e os reforços Hackman, Bilel e Jean Irem não trazem classe extra a um conjunto que primará sobretudo pela qualidade defensiva e forma como irá contra atacar.

A ideia de jogo muito realista de Ricardo Soares, será o ponto mais forte dos de Barcelos. C

 

om dificuldades para formar um onze de classe, também o Boavista poderá experimentar dificuldades. João Pedro Sousa percebeu-o e cedo direcionou a equipa do Bessa para um 5x4x1 em momento defensivo.

A imponência de Porozzo será determinante no centro da defesa, enquanto que o regresso do Reisinho poderá ser a pedra de toque num meio campo que porque perdeu Paulinho se encontra em dificuldades. As arrancadas de Sauer e a irreverência de Tiago Morais poderão ser determinantes na luta pelos seus objectivos.

 

5 Jogadores a não perder de vista

Miguel Reisinho
Boavista

Depois de uma longa paragem por lesão, o médio internacional pelas camadas jovens portuguesas está de regresso. Tremenda qualidade técnica, inteligência que lhe permite eficiência total em todos os seus gestos técnicos, logo que recupere índices físicos e confiança tem condições para se afirmar como um dos melhores da Liga.

 

Miguel Crespo
Estoril

O médio canarinho é um poço de energia. Verdadeiro “box-to-box”, com um raio de acção muito largo, capaz tecnicamente e taticamente, Crespo poderá nem iniciar a Liga, pelo interesse que suscita fora de portas. Ficando no Estoril, é sério candidato a revelação na Liga. Tecnicamente, Taticamente, Fisicamente, está um passo à frente da concorrência.

 

Ivan Jaime
Famalicão

O 10 da equipa de Ivo Vieira define com qualidade imensa no último terço. Assistindo, finalizando, a sair do drible enquanto progride, Ivan Jaime será o centro do jogo do Famalicão, com liberdade para coordenar todo o processo criativo dos nortenhos, e qualidade para deixar um impacto tremendo pela definição superior que denota nas zonas de maior notoriedade.

 

Kiko Bondoso
Vizela

Veloz, com 1×1 ofensivo, irreverente, criativo e com excelente habilidade motora que lhe permite “desconchavar” por completo os adversários que lhe saem ao encalço, tem condições para assumir e carregar o jogo do Vizela quer em contra ataque, quer no ataque posicional, e bem poderá ser uma das figuras marcantes da Liga.

 

Gonçalo Franco
Moreirense

O médio ofensivo que chega proveniente do Leixões é um jogador vertical, de progressão, objectivo, capaz de se impor recebendo no pé entre espaços mais apertados, mas também procurando receber bolas no espaço. Ainda sem o impacto defensivo necessário para o duplo pivot de João Henriques em Organização Defensiva, deverá surgir em espaços mais adiantados onde a sua qualidade técnica marcará a diferença.