Malcolm Allison e Pep Guardiola. Um está no início dos anos 80, o outro no final da segunda década do ano 2000. O inglês fuma charutos, usa chapéu e adora champanhe, tenta novos percursos no futebol como a psicologia e a música no balneário. O espanhol é elegante, não fuma e gosta de um bom vinho – trouxe a posse de bola e uma tática asfixiante para os adversários.
Em comum os dois treinadores têm o mesmo clube, o Manchester City, separados por 40 anos e um xeique dos Emirados Árabes Unidos membro da família real de Abu Dhabi. Mansour bin Zayed bin Sultan bin Zayed bin Khalifa Al Nahyan tem 47 anos, duas esposas e seis filhos e um bolso cheio de petro-libras com os quais comprou os Cityzens em 2008.
É este o fosso que os dois documentários sobre o mesmo emblema, em épocas totalmente distintas, mostra, graças ao lançamento neste verão de um filme sobre o ano 2018 glorioso que o City passou.
O primeiro é de 1981, chama-se “A Club in Crisis” e acompanha os dias difíceis dos azuis de Manchester, em último lugar – mostra-nos de perto (demasiado perto) o despedimento de Allison.
O segundo, acabadinho de estrear, chama-se “All or Nothing”, é produzido pela Amazon e dá-nos a ver a felicidade explosiva de uma equipa sagrada campeã com um recorde de 100 pontos. Se Allison (também conhecido como Big Mal) foi despedido, Guardiola é o guru a ser incensado. Do negro do primeiro filme à luz branca do segundo.
Em 1981, o campeão seria o Aston Villa, com 60 pontos (na altura as vitórias valiam 2 pontos), seguido do Ipswich, Arsenal, WBA, Livepool e Southampton.
O City conseguiu fugir à despromoção e foi 12.º, com mais 6 pontos apenas que o Norwich, que desceu de Divisão.
Pormenor: o Manchester United foi 8.º e… não havia Chelsea na 1.ª Divisão.
