A goleada 6-1 sofrida pelo PSG em Camp Nou frente ao Barcelona naquela noite de 8 de março de 2017 marcou um antes e depois na gramática francesa.

A derrota foi tão dolorosa e volumosa (e as suas imagens e palavras a ela ligadas repetidas à exaustão nos dias seguintes em França) que o Larousse decidiu integrar a palavra ‘Remontada’ no seu dicionário de 2021.

Estamos a falar do segundo jogo dos oitavos de final da Liga dos Campeões. Depois de uma vitória 4-0 do PSG em Paris no primeiro jogo, as coisas pareciam estar resolvidas.

1-0 Di María 18
2-0 Draxler 40 
3-0 Di María 55
4-0 Cavani 72

 

Seria preciso uma catástrofe para tirar o PSG dos quartos de final da Champions. Ou uma Remontada.

E aconteceram ambas.

No jogo em casa o Barça deu a volta aos 4-0 de Paris aplicando uma goleada ainda maior, com 3 golos entre os 88 e os 95 minutos:

1-0 Luis Suárez 3
2-0 Kurzawa (autogolo) 40
3-0 Messi (gp) 50
3-1 Cavani 62 
4-1 Neymar 88
5-1 Neymar (gp) 91
6-1 Sergi Roberto 95 

 

A coisa foi tão épica que até ganhou uma entrada na Wikipedia. Barcelona 6–1 Paris Saint-Germain, também conhecido como La Remontada.

O Larousse apresenta a palavra assim:

1. Desporto. Recuperação de um resultado inesperado permitindo que a equipa perdedora vencesse uma partida de futebol quando havia uma grande diferença entre as duas equipas; por extensão, uma vitória inesperada para uma equipa ou jogador em qualquer competição.

2. Fam. De volta à tona, vitória espetacular de um partido ou de um político depois de uma derrota eleitoral, uma travessia do deserto, etc.

A palavra ‘Remontada’ será incorporada no Larousse 2021 ao lado de outras palavras como ‘Black bloc’, ‘hipstérisation’ ou ‘influenceur’.

 

Real Madrid campeão

Nos quartos de final o Barcelona voltou a perder por números altos no primeiro jogo – 3-0 em Turim (com dois golos de Dybala e um de Chiellini). Mas, ao contrário do que havia feito com o PSG, não conseguiu dar a volta em Camp Nou.

O empate 0-0 permitiu aos italianos seguirem em frente. A Juve chegou mesmo à final, derrotando o Monaco nas meias finais, mas seria derrotada no decisivo jogo pelo Real Madrid 4-1 em Cardiff (com dois golos de Ronaldo).

Foi a segunda vitória seguida do Real na prova, ganharia ainda a terceira seguida no ano seguinte. A Juventus acumulou a sétima derrota em finais, confirmando-se como a equipa com mais desaires (1973, 1983, 1997, 1998, 2003, 2015, 2017), seguida pelo Benfica com 5 (1963, 1965, 1968, 1988, 1990).