Vai começar o Euro 2020 e Portugal pode fazer o que só a Espanha fez em 2012: vencer o segundo de seguida (tinha ganhado em 2008).
Só que para isso a seleção de Fernando Santos vai ter de enfrentar o grupo da morte: Portugal, França e Alemanha – só passam dois.
Há ainda a hipótese de ser um dos 4 melhores terceiros.
Isto também é válido para os restantes grupos.
Estas são as previsões da Moosh na fase de grupo.
Grupo A
(Roma e Baku)
Itália e País de Gales
A Itália de Mancini vem de uma série longa de vitórias, e oito jogos consecutivos sem sofrer qualquer golo.
Bonucci continua a formar com Chiellini uma dupla de centrais intransponível e de grande qualidade na sua coordenação colectiva, fruto de anos de cooperação.
Na frente, Immobile, Berardi e Insigne são os desequilibradores que aproveitam a criação do talentoso Barella, e o critério e pausa que Jorginho dão ao jogo Italiano.
A Turquia deverá ser a equipa com menor capacidade para seguir em frente, e a previsível grande luta pelo apuramento poderá surgir entre uma Suíça que vem somando bons resultados, e a selecção de Ryan Giggs.
O sistema de três centrais da Suíça contrastará com a capacidade de transição sensacional de um Gales que terá em Ramsey o principal lançador da velocidade de Gareth Bale e Daniel James.
Organização Defensiva robusta em 4x4x2 e saídas velozes com jogadores de grande desequilíbrio e capacidade de finalização poderá fazer a balança pender para o lado Gales.
Ficam de fora: Turquia e a Suíça
Grupo B
(São Petersburgo e Copenhaga)
Bélgica e Dinamarca
A selecção de Roberto Martinez não deverá ter qualquer dificuldade em seguir em frente.
O 3x4x3 em Organização Ofensiva tem um poderio extraordinário desde o início da sua construção, até à capacidade de suporte na Transição Defensiva de Dendonker e Tielemans, e tremenda criatividade e capacidade finalizadora do seu trio ofensivo – De Bruyne, Carrasco e Mertens na criação e o temível Lukaku nas imediações das grandes áreas adversárias.
Os belgas têm argumentos como poucas outras selecções para jogar em ataque posicional e em transição.
Enquanto a Finlândia dificilmente conseguirá entrar nas contas do apuramento, a selecção da Rússia que tem vindo a perder talento individual de ano para ano, contará com Dzyuba, Golovin e Miranchuk no seu trio mais ofensivo.
Mais preparada parece a Dinamarca de Kasper Hjulmand.
Em 4x3x3 com o rotativo Hojbjerg a proteger as costas de Delaney e a criatividade de Eriksen, a selecção de Kasper Schmeichel contará ainda com a presença ofensiva de Braithwaite.
Rigor tático, dimensão física e talento do seu meio campo, poderão transportar a Dinamarca para uma possível surpresa na prova, superando a primeira fase.
Ficam de fora: Finlândia e Rússia
Grupo C
(Amesterdão e Bucareste)
Holanda e Ucrânia
A Holanda de Frank de Boer é a grande candidata à primeira posição do Grupo C.
Organizada em 3x5x2, contará com o talento do novo central do Ajax – Timber, 19 anos, ao lado do experimentado e campeão em Itália, De Vrij, e do conceituado De Ligt.
Com um meio campo fortalecido pela rotatividade defensiva e capacidade criativa de Van de Beek, De Jong e Wijnaldum, a laranja mecânica tem na sua dupla de avançados, Depay e De Jong dois homens capazes de se complementarem nas zonas de finalização.
De Jong mais fixo, Depay para explorar movimentos de ruptura e momentos de Transição.
Enquanto a Macedónia de Ristovski dificilmente entrará nas contas do apuramento, a Áustria baterá com a Ucrânia no grande embate do grupo C.
Os austríacos orientados por Franco Foda, apresentar-se-ão com um sistema de três centrais, e com a grande figura do seu futebol, David Alaba a fazer todo o corredor esquerdo.
O futebol geométrico pelo seu rigor tático dos Austríacos peca pela ausência de maior qualidade individual, embora Sabitzer seja também um elemento a ter em conta.
A Ucrânia chega ao Europeu beneficiando de apresentar uma série de jovens talentos que fizeram “figura” nas provas internacionais de jovens.
O lendário Shevchenko organiza a sua seleção em 4x3x3 e terá na capacidade criativa de Malinovski, e no talento de Yarmolenko os principais argumentos para surpreender e bater a Áustria nas contas pelo apuramento.
Ficam de fora: Áustria e Macedónia do Norte
Grupo D
(Londres e Glasgow)
Inglaterra e Croácia
A selecção de Southgate é a grande favorita a vencer o grupo, pese embora a presença da Finalista do Mundial, Croácia.
O talento da selecção inglesa jorra como nunca antes. Do meio campo para a frente, são inúmeras as soluções para todo o tipo de jogo.
Ataque Posicional, Saídas Rápidas em Transição. Da velocidade de Rashford e Sterling, até à capacidade de criação de Grealish e de Foden, até à tremenda veia goleadora de Harry Kane, a selecção dos três leões conta ainda com a chegada ultra veloz dos seus laterais à frente – Arnold e Trippier, à esquerda poderão ser solução, duma equipa que se mostrará extremamente difícil de ser parada.
A República Checa e a Escócia voltam aos grandes torneio internacionais, mas desta feita sem talento individual para que possam ser consideradas potenciais surpresas, e a Croácia de Dalic é a grande candidata a acompanhar a equipa inglesa.
Ainda com o maestro Modric ao leme das operações, o centro do seu jogo que conta também com Brozovic e Kovacic, tem o talento necessário para criar as situações que aproximem o trio da frente – Rebic, Petkovic e Perisic – de ter criação suficiente para materializar em golos ascendente Croata.
Mais dúvidas recairão sobre os momentos defensivos, ainda assim não tantas que não levem a supor que a Croácia de Dalic chegará tranquilamente à fase seguinte.
Ficam de fora: Escócia e Rep. Checa
Grupo E
(Bilbau e Dublin)
Espanha e Polónia
A Espanha de Luis Enrique é clara candidata a vencer o grupo e até a somar os nove pontos em disputa.
Preserva a sua identidade de um jogo bonito e predominantemente associativo em posse, beneficiando de formar um trio de meio campo de grande qualidade em todos os momentos do jogo.
Busquets retorna a uma grande competição Europeia, e Fábian Ruiz e Alcantara prometem mostrar ao mundo todo o seu talento e capacidade de desbloqueio ofensivo. Ruiz na meia distância, Alcantara na criatividade e capacidade de sair da pressão.
Na frente, a juventude de Ferrán Torres trará irreverência e capacidade para jogar entre linhas, alimentando o ponta de lança Moratta.
A lista de opções é longa e mesmo o não habitual titular, Dani Olmo poderá ser tido em conta na hora de refrescar os jogos.
A Eslováquia de Tarkovic parte em evidente desvantagem por não competir com armas iguais – leia-se, talento individual, e a luta pelo apuramento deverá confinar-se ao confronto entre a Suécia e a Polónia de Paulo Sousa.
Os nórdicos orientados por Jan Anderson surgirão no seu tradicional 4x4x2 no Europeu, depositando todas as suas esperanças no talento da dupla ofensiva – Isak e Kulusevski.
A menor capacidade criativa do sector intermédio possibilitará menos lances para os seus avançados resolverem, e do outro lado, a equipa de Paulo Sousa, também organizada previsivelmente num 4x4x2, terá no incrível Lewandowski um avançado que precisará apenas de meia oportunidade para fazer um golo.
A experiencia do guardião Szczesny, do central Glik, e a capacidade de imposição de Zielinski no sector intermédio, partindo de fora ou de dentro, trará uma Polónia competitiva e possivelmente eficaz, candidatando-se ao segundo posto do grupo.
Ficam de fora: Suécia e a Eslováquia
Grupo F
(Munique e Budapeste)
Portugal e França
É o grupo da Morte! A Alemanha beneficiará do factor casa em cada uma das partidas disputadas. Joaquim Low resgatou para os germânicos o sistema com 3 centrais que tanto furor vem causando na Europa.
Kimmich posicionar-se-à no duplo pivot do meio e com ele fica assegurada a tremenda capacidade para chegar ao último terço em condições de acelerar o jogo. E aí, Gnabry, Sané e Muller têm argumentos de nível mundial.
A primazia por uma organização robusta, rigorosa e meticulosa, esperando o momento de soltar o seu talento trarão uma Alemanha potencialmente matreira mas nem sempre dominadora.
A França é nos dias que correm a mais temível equipa do futebol Mundial. É o actual campeão do Mundo, e manterá as agulhas do seu jogo que tão bem serve os seus interpretes.
Pogba, Rabiot e Kanté formam um meio campo que para lá da capacidade que tem para jogar, maioritariamente sob pressão ou no momento de acelerar o jogo, não permitem que o adversário jogue.
Recuperam e exploram de forma veloz as acelerações de Mbappé.
Com Griezman num papel de número dez nas costas do regressado Benzema e de Mbappé, a equipa de Deschamps não é apenas a mais capaz nos momentos defensivos, mas fica também dotada de criatividade e argumentos ofensivos para jogar rápido, ou pausar o jogo e geri-lo. É a candidata número um não apenas ao apuramento, mas também ao título maior.
A Hungria de Marco Rossi surgirá também organizada com cinco defesas, e a concentração defensiva e capacidade que demonstra para não possibilitar momentos de transição ao adversário, são as marcas mais notórias de uma equipa que qualquer ponto que venha a somar, será desde logo uma grande surpresa.
Portugal de Fernando Santos é o vencedor em prova.
A selecção lusa jorra talento em todos os sectores, e junta no seu 11 uma série de jogadores que disputam as competições mais conceituadas do mundo do futebol.
A linha defensiva com a velocidade de Cancelo e Nuno Mendes, protegida pela tremenda leitura tática de Rúben Dias e Pepe surgem como uma espécie de “caixa forte” de uma equipa que terá ainda o “parisiense” Danilo a fechar espaços centrais no meio.
A velocidade de execução e criatividade de Bernardo Silva e João Felix, a liderança e capacidade finalizadora de Bruno Fernandes, a velocidade estonteante e vertical de Diogo Jota e a veia goleadora de Ronaldo e André Silva conferem à equipa de Fernando Santos argumentos ofensivos e defensivos suficientes para poder competir olhos nos olhos com qualquer equipa no panorama Europeu e Mundial, e porque não alimentar o sonho de seguir em frente batendo o pé à poderosa Alemanha, que ainda beneficiará de jogar em casa?
Ficam de fora: Alemanha e Hungria