Portugal e França empataram 2-2 e seguem para os oitavos-de-final com a Alemanha.

Vão os três juntos – fica de fora a Hungria, úlima do Grupo F.

Seria fácil apontar mudança de atitude ou de jogadores no onze inicial.

Contudo, a grande diferença de uma partida para a outra esteve no oponente.

Ao contrário da Alemanha, a França apresentou-se num 4x4x2 com os homens da frente (Benzema e Griezmann) pouco pressionantes e a deixarem espaço nas suas costas onde os três médios lusos – Renato, Danilo e Moutinho – surgiam com espaço para não precipitar as suas decisões, por não serem apertados.

Com espaço e tempo, Portugal pausou a sua construção, não perdeu bolas para Transição e porque acertou na sua Organização Defensiva, controlou as ofensivas “blues” que apenas num momento – passe inacreditável de Pogba a isolar Mbappé – foram perigosos

A primeira parte foi de Renato Sanches.

Manietou, enganou, driblou, desenvencilhou-se sistematicamente da temível dupla Kanté – Pogba, e carregou as investidas lusas, mesmo em Organização até ao último terço.

Sem bola, pressionou, fechou espaços, recuperou a posse e ainda ligou as transições ofensivas.

Um poço de energia que cada vez menos errático segura a selecção pelos colarinhos e carrega Portugal em todos os momentos do jogo.

Sem bola, ainda ficou bem notório a preocupação de Bernardo Silva em fechar o corredor ao lado de Nelsinho, quando Lucas Hernandez se projectava.

Alternou entre o 4x5x1 e o 5x4x1, mediante posicionamento alto ou não do lateral francês, e tal facto, aliado à pouca presença entre linhas da selecção gaulesa – Pogba e Kanté construíram sempre fora do bloco, e foi possível por superioridade numérica controlar a preceito as zonas de criação francesas.

Com o jogo controlado, em mais uma saída de Renato que os gauleses travaram em falta, Portugal adiantou-se de Bola Parada. Do livre surgiu o cabeceamento de Danilo e abalroar de LLoris ao médio luso que valeu o penálti que Ronaldo bateu.

A ganhar e confortável no jogo, a selecção de Fernando Santos foi somando momentos em que claramente foi crescendo de produção e sem que nada o pudesse prever, uma interferência externa baralhou todas as contas do jogo português, transformando um lance normal e inofensivo no golo do empate.

 

Hungria e o fatídico minuto 84

 

França entra a marcar na 2ª parte

A segunda parte iniciou-se com o golo da França, enquanto no outro lado a Alemanha não ajudava e fazia entrar nas contas a Hungria. Portugal fora com a combinação de resultados.

O 4x3x3 luso manteve a sua personalidade, e com um meio campo agora com a tremenda influência no momento defensivo de Palhinha e a velocidade que Renato em progressão e Moutinho em decisão rápida em passe tentavam conferir ao jogo, e aos 57 minutos de uma bola que Renato coloca nas costas dos médios franceses para Moutinho, origina-se o lance que o eterno Cristiano Ronaldo terminaria a ganhar e a converter o empate.

Empate restabelecido e a turma lusa voltou a passar por apertos sem bola. Enorme toda a linha defensiva e enormes foram todos os médios – Entreajuda fantástica sem bola, num jogo de pura entrega e vontade de fazer bem e vencer.

 

Homem(s) do Jogo

Cristiano Ronaldo

já leva 5 golos, Renato demonstra que é único no jogo luso, preponderante em todos os momentos, e com o tempo que tem de Europeu já estará entre os melhores da prova, Dias e Pepe viram-se batidos no lance do segundo golo, mas continuam a formar uma das duplas mais capazes de todo o futebol mundial, e João Palhinha mostrou nos palcos Europeus o porquê de ter sido o homem da Liga em Portugal. E que dizer de Rui Patrício, que enquanto a Alemanha ainda perdia em Munique, nos aguentou vivos?