Portugal foi Portugal de Fernando Santos.

Com o que de bom e o que de mau tal acarreta.

Assim ganhámos um Europeu (em 2016), assim caímos agora nos oitavos-de-final do Euro 2020 – com uma derrota ante a Bélgica 1-0.

Portugal não perdia um jogo a eliminar desde 2008 (2-3 contra alemanha nos quartos-de-final)

Tímidos, de tração à retaguarda, esperando uma transição… que Renato até conduziu aos dois melhores lances lusos – a perdida de Jota a abrir, poderia ter mudado o jogo – e sem jogar em ataque posicional – apenas pós entrada de João Félix, Portugal conseguiu demonstrar ideias de jogo ofensivo contra organização densa.

A Bélgica não ganhava a portugal desde 6 de setembro de 1989. dois empates e 3 vitórias lusas desde então

O momento do jogo bem poderá ter sido o fraco remate de pé esquerdo de Diogo Jota logo a abrir o jogo, depois de isolado por Renato.

Num jogo de “não agressão”, pela ausência de pressing, ou de posicionamentos ousados em organização ofensiva, estava escrito que quem marcasse e pudesse ficar confortável a fechar espaços teria vantagem importante.

Começou no encaixe defensivo a timidez lusa, e o coarctar de possibilidades ofensivas. Sem presença a cinco na frente a cair em cima (na ruptura) dos quatro defensores lusos, pareceu despropositado tamanha “timidez” no posicionamento dos extremos.

Bernardo e Jota sempre demasiado baixos, e com isso qualquer possibilidade de sair rápido depois de encostados atrás pareceu impossível.

 

https://twitter.com/EURO2020/status/1409260584554614785

 

Do defender demasiado baixo para o não contra atacar, e não ter um pressing forte e definido – Condiciona ter Ronaldo e Bernardo na frente – se determinou a toada da partida até ao momento em que Portugal se viu em desvantagem.

O pressing luso viu-se somente na saída em pontapé de baliza, e curiosamente foi assim que nasceram algumas tentativas lusas – Bernardo saía no central, Moutinho e Renato encaixavam em Tielmans e Witsel, e Dalot saltava no lateral.

Em desvantagem e após a entrada de João Félix e Bruno Fernandes, assumiu
finalmente com critério e presença entre linhas adversárias o jogo em ataque
posicional.

Criou o suficiente para levar o jogo para o tempo extra, e ainda teve em Rúben Dias, Pepe e posteriormente Danilo capacidade tremenda para defender espaços largos, onde Lukaku é soberbo.

 

https://twitter.com/EURO2020/status/1409259696356302855

 

A equipa de Fernando Santos defendeu com qualidade o contra ataque, quando a primeira fase da transição defensiva não resolveu problemas, criou amiúde – Guerreiro, Dias, Diogo Jota e André Silva poderiam ter descoberto o caminho tão desejado da baliza, mas acabou fora do Europeu contra uma Bélgica recheada de super estrelas mas que… está muito longe de ser uma grande equipa.

«Tenho os jogadores a chorar no balneário e, com certeza, muitos portugueses também. Estamos todos desiludidos, mas os jogadores deram tudo o que tinham, não há nada a apontar em relação a isso. Entrámos mal nos primeiros 10 minutos mas a partir daí pegámos jogo, criámos várias situações de golo mas o futebol é isto. A Bélgica fez 6 remates, um na baliza, nós fizemos 29 e acertámos duas vezes nos ferros. Não tenho muitas palavras para isto, sinceramente» fernando santos

Não foi um resultado justo, mas também já vencemos competições pelo mesmo caminho.