Temos novo líder na La Liga. Ontem foi noite de El Clásico, e, estranhamente, foi noite de Real Madrid. Antes deste 2-0, a última vez que o Barça tinha saído derrotado do Santiago Bernabéu havia sido em 2014/15. Cheira a desconfiança na Catalunha.

Discutia-se a liderança da La Liga em Madrid. E esperava-se o que contrário do que aconteceu. Há inclusive notícia de um senhor que, numa pequena localidade espanhola, foi autuado à porta de uma taberna.

Disse: “Não sei bem o motivo, mas sinto que hoje o Real ganha”. Além da coima, foi alvo de chacota pelos compadres com quem jogava cartas antes da maldita afirmação.

Sábado 17h30
La Liga
Barcelona vs Real Sociedad
1,29 – 5,30 – 7,75

Esta imagem ficcionada serve apenas para reforçar o que muitos sentiam antes do jogo: esta era a real oportunidade do Barcelona se distanciar na liderança. Se tivesse ganho, a equipa de Sétien estaria agora com cinco pontos de vantagem para o rival quando faltam 12 jornadas para o fim. Não é que o título ficasse entregue, nem nada que se pareça, mas seria melhor do que estar em segundo lugar a um ponto do novo líder Real Madrid.

O encontrou começou como quase sempre começam os dérbis: braço-de-ferro a meio-campo para ver quem ganha a dinâmica da pressão, para ver quem aperta mais. Sobrava pouco espaço. O Real ainda se aproximou da baliza de Ter Stegen, mas a primeira oportunidade apareceu por Griezmann, aos 20 minutos, solto na zona de penálti, mandou uma verdadeira tábua, como se diria nos campos ocupados ao intervalo em qualquer escola básica.

O francês lá se redimiu com um passe incrível para Arthur, que, aos 35 minutos, faz um sprint de quase meio-campo – até parecia rápido – diante de um Real balançado no ataque e obriga Courtois a uma parada magnífica. Uns minutos depois, Messi tem uma oportunidade isolado dentro da área e o guardião belga volta a dizer: “não passarás”.

O segundo tempo, começa quentinho. Passava o relógio pelos 55 minutos quando Ter Stegen impede que o remate cruzado de Isco acorde a coruja. E esse foi o despertador para o Real Madrid. Os quinze minutos seguintes foram um autêntico massacre, uma espécie de Massacre no Texas, mas menos sangrento. O sangue só chegou quando Sétien decide inventar.

No momento mais complicado do Barcelona no jogo, o treinador espanhol decide colocar a sua super-contratação para colmatar o lesionado Luis Suaréz, o dinamarquês Braithwaite, oriundo do Leganés. No primeiro momento que teve a bola nos pés, que também foi o primeiro momento de respiração para o Barcelona em quinze minutos, o avançado podia ter feito o golo inaugural da partida. Pelo contrário, o que decidiu fazer foi não acompanhar Vinícius no momento defensivo, num lance que pareceu totalmente displicente e impossível de compreender num jogador que acabou de entrar em campo, e isso gerou o primeiro golo dos madrilenos.

 

 

Depois disso, era tarde. E o Barcelona nunca conseguiu responder verdadeiramente. A tentativa de jogo positivo e profundamente construído, sempre a partir de trás, teve neste dérbi zero resultado. O pragmatismo que estes jogos por vezes exigem não parece habitar em Barcelona. Já em Nápoles tinha sido aquilo que vimos. Já nos descontos, prémio para Mariano Díaz, que surgiu do banco e, depois de uma longa lesão, aos primeiros minutos pelo Real no campeonato fez o 2-0. Até ao final do campeonato é vindima.