Coimbra vai receber a final da Taça, naquele que será o terceiro embate entre Arsenalistas e Águias.

Na Luz venceu o Braga, na Pedreira venceu o Benfica.

O que esperar do confronto em Coimbra?

 

A Defesa a Cinco

A mais valia que configurou a chegada de Lucas Veríssimo ao plantel do Benfica levou Jorge Jesus a adoptar um sistema de três centrais – afinal o centro da defesa tornou-se a posição mais forte de todo o plantel.

Uma “cópia” do que faz Rúben Amorim em Alvalade, passou a ser adoptado por Jesus no Benfica.

Dois médios que servem de suporte e três homens mais adiantados, que são extremamente velozes a chegar à frente no momento do ganho da bola – parte de um 5x4x1 em Organização Defensiva baixa, para um contra golpe perigosissimo pela velocidade de Rafa e capacidade de definição de Everton.

Do lado bracarense, o sistema defensivo prima por alterar a sua estrutura em função da altura da bola.

Sai para pressionar em 4x4x2, com Ricardo Horta a saltar para o lado do avançado, e Galeno sobre a esquerda a fechar a linha média. E vai transformando-se num 5x4x1.

Com bola a aproximar-se da sua baliza, Galeno incorpora linha defensiva e Horta fecha linha média no corredor esquerdo.

 

 

Promessa de um jogo sem muito impacto no momento de Organização quer de uma, quer de outra equipa.

O espaço escasseia, as linhas a cinco permitem maior controlo sobre largura e sobre o espaço entrelinhas, pela possibilidade que dá aos defensores de sem hesitar sair no portador que aí receber.

 

Da Defesa para o Ataque

Com forte preenchimento do espaço defensivo em Organização aliado às maiores dificuldades em ataque organizado de ambas as equipas – movimentos, posicionamentos e rotas ofensivas passíveis de descortinar e anular – espera-se que seja em ataque rápido a principal criação de ambas as equipas.

Da defesa para o ataque deverá ser portanto a toada ofensiva de maior criação na partida. Galeno a saltar rápido pelo corredor esquerdo procurando ganhar as costas de Diogo Gonçalves, e Rafa com Everton a saltarem para receber com espaço e tempo para poderem ter impacto no marcador.

 

 

Organização Ofensiva do Braga

  • 3 Defesas – Borga mais aberto na Esquerda
  • 2 médios de suporte – Al Musrati e Castro; 2 alas – Esgaio e Galeno
  • 3 Avançados

 

Organização Defensiva do Benfica

  • 5x2x3 em zona Alta – Rafa e Everton mais subidos para ganharem rapidamente as costas da estrutura bracarense e atacarem apenas contra os três centrais em Espaços Largos

 

As Figuras

Seferovic e Abel Ruiz

Os pontas de lança de uma e outra equipa estão longe de reunir consenso à volta da sua qualidade, sobretudo pelo número de oportunidades que vão perdendo.

Seferovic traz movimentos constantes de profundidade e também na grande área tem encontrado forma de se libertar para os espaços livres.

A pouca eficácia do seu gesto técnico é um entrave.

Abel Ruiz soma apenas onze golos na temporada.

Não é especialmente forte, rápido ou técnico, mas antes prima essencialmente pela forma inteligente com que ganha espaços para si e para a equipa.

Embora sejam os homens mais adiantados de uma e outra equipa, estão longe de serem figuras maiores.

 

Galeno e Rafa

São os agitadores. Velocidade de ponta na condução, tornam os alas de Braga e Benfica candidatos maiores a figura da criação na final da Taça.

Das arrancadas em Transição de um e outro dependerá muito da capacidade para criar perigos de ambas as equipas.

Ambos muito mais capazes com espaço do que sem este, são ao mesmo tempo “esperança” dos seus treinadores para definir o jogo, mas também candidatos a “desilusão” se o jogo não lhes permitir espaços largos para intervirem.

 

Everton e Ricardo Horta

São os melhores de uma e outra equipa, e aqueles que se tiverem uma oportunidade poderão definir a final da Taça.

A capacidade de definição superior de Everton tem-lhe valido golos e assistências. No último terço é mais do que um quebra cabeças pelo seu desequilibrio em 1×1.

Mais que agitador, define. E define com categoria imensa.

Do outro lado Horta tem pecado na zona de finalização nos jogos grandes.

Ainda assim os catorze golos na época são forte indício de que continua a poder a qualquer instante dar a estocada final numa partida que promete equilibrio.

A criar ou a finalizar, Ricardo Horta é o jogador mais refinado do Braga e seguramente aquele que poderá colocar a cereja no topo do bolo em caso de festa arsenalista.